Sistema Urinário


As atividades orgânicas resultam da decomposição de proteínas, lípides e carboidratos, acompanhadas de liberação de energia e formação de produtos que devem ser eliminados para o meio exterior. A urina é um dos veículos de excreção com que conta o organismo. Assim, o sistema urinário compreende os órgãos responsáveis pela formação da urina, os rins, e outros, a ele associados, destinados à eliminação da urina: ureteres, bexiga e uretra.

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Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.



SISTEMA URINÁRIO FEMININO

https://www.meb.uni-bonn.de/Cancernet/CDR0000256729.html

SISTEMA URINÁRIO MASCULINO
https://www.meb.uni-bonn.de/Cancernet/CDR0000256729.html


RIM
É um órgão par, abdominal, localizado posteriormente ao peritônio parietal, o que o identifica como retroperitoneal. Os rins estão situados à direita e à esquerda da coluna vertebral, ocupando o direito uma posição inferior em relação ao esquerdo, em virtude da presença do fígado à direita. Apresentam duas faces, anterior e posterior, e duas bordas, medial e lateral. Suas duas extremidades, superior e inferior, são comumente denominadas pólos e, sobre o pólo superior, situa-se a glândula supra-renal, pertencente ao sistema endócrino.


NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana, 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Os rins estão envolvidos por uma cápsula fibrosa e, quase sempre, é abundante o tecido adiposo perirenal constituindo a cápsula adiposa.

A borda medial do rim apresenta uma fissura vertical, o hilo, por onde passam o ureter, artéria e veias renais, linfáticos e nervos. Estes elementos constituem em conjunto, o pedículo renal. Dentro do rim o hilo se expande em uma cavidade central denominada seio renal que aloja a pelve renal (extremidade dilatada do ureter).



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Examinando uma das metades do órgão, há uma porção mais pálida, o Córtex renal, que se projeta numa segunda porção, mais escura, a medula renal. Estas projeções do córtex tem a forma de colunas, as colunas renais, e separam porções cônicas da medula denominadas pirâmides renais. A pelve renal está dividida em 2 ou 3 tubos curtos e largos, os cálices renais menores que se subdividem em cálices renais menores. Cada um desses últimos oferece um encaixe, em forma de taça, para receber o ápice das pirâmides renais. Este ápice denomina-se papila renal.

Secção longitudinal de rim e glândula supra-renal direitos (vista posterior). A pelve renal foi aberta e o tecido adiposo retirado para expor os vasos renais.
Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.

Rim direito (vista posterior). Secção coronal parcial para mostrar o interior do rim.
Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.


Circulação nos Rins
Artérias do rim e da glândula supra-renal

Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.
1 Artéria supra-renal superior 
2 Artéria capsular superior
3 Ramo anterior da a. renal
4 Artéria Perfurante
5 Artéria capsular inferior
6 Ureter
7 A. frênica inferior direita
8 A. frênica inferior esquerda
9 Artéria supra-renal média
10 Tronco celíaco
11 Artéria supra-renal inferior
12 Artéria mesentérica superior
13 Artéria renal direita
14 Ramo posterior da a. renal
15 Artéria testicular ou ovárica esquerda
16 Artéria mesentérica inferior


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Ureter

Cada ureter mede aproximadamente de 25 cm a 30 cm. É definido como um tubo muscular que une o rim à bexiga, desembocando neste órgão pelo óstio ureteral. Em virtude do seu trajeto, distinguem-se duas partes do ureter: abdminal e pélvica. Assim como os rins, são em número de dois. 


Bexiga

Situa-se posteriormente à sínfise púbica. O fluxo contínuo de urina que chega pelos ureteres é transformado, graças a ela, em emissão periódica (micção). A túnica muscular da bexiga tem disposição complexa, descrevendo-se um músculo esfíncter da bexiga ao nível do óstio interno da uretra que corresponde ao inicio da uretra. Na saída da bexiga, encontramos o músculo esfíncter interno, que se contrai involuntariamente. Inferiormente ao esfíncter interno encontramos o esfíncter externo, que é voluntário e permite a resistência à saída da urina. O músculo esfíncter da bexiga, bem como a camada muscular do órgão, estão envolvidos no fenômeno da micção. A bexiga é um órgão que recebe a urina formada pelos rins, armazena-a por algum tempo e a conduz ao exterior, à medida que aumenta a quantidade de urina dentro da bexiga, o que faz com que se eleve a pressão endovesical (normalmente 10 cm de água) e, por volta de 200-300 ml, desencadeie o reflexo da micção.

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Bexiga Masculina

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana, 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

A parede da bexiga é composta principalmente pelo músculo detrusor da bexiga. Em direção ao colo da bexiga urinária masculina, as fibras musculares formam o músculo esfíncter interno involuntário. Algumas fibras correm radialmente e auxiliam na abertura do óstio interno da uretra. Nos homens, as fibras musculares situadas no colo da bexiga urinária são contínuas com as fibras musculares situadas na parede da uretra. Os óstios dos ureteres e o óstio interno da uretra estão nos ângulos do trígono da bexiga. Os ureteres passam, obliquamente, através da parede da bexiga em uma direção ínfero-medial. Um aumento na pressão da bexiga pressiona as paredes dos ureteres, simultaneamente, impedindo a pressão na bexiga de forçar a urina para cima até os ureteres.

                                                        Vista posterior da bexiga masculina

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana, 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

O ducto deferente cruza acima do ureter, próximo do ângulo póstero-lateral da bexiga, correndo entre o ureter e o peritônio para alcançar o fundo da bexiga. Cada uma das vesículas seminais, obliquamente situadas acima da próstata, é uma estrutura alongada que se situa entre o fundo da bexiga e o reto.

Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.


Bexiga Feminina 

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana, 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Nas mulheres, a bexiga fica muito perto do  útero. A uretra desemboca pouco acima da vagina. Por isso, existe uma relação muito importante e direta entre a bexiga  e os órgãos  do aparelho reprodutor feminino. Controlar a eliminação da urina pressupõe um ato voluntário comandado pelo sistema nervoso central.
Secção frontal através de bexiga urinária e uretra femininas (vista anterior).
Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.

Trígono Vesical
O trígono vesical é uma área triangular onde a mucosa vesical é lisa e limitada por três orifícios, dois óstios ureterais situados por trás de cada lado da linha mediana e pelo óstio interno da uretra medialmente à frente.
Uretra
Difere-se nos dois sexos, mas em ambos estabelece a comunicação entre bexiga e o meio exterior. No homem é uma via comum para micção e ejaculação, enquanto na mulher, serve apenas para à excreção da urina.
Uretra Masculina
A uretra masculina é um canal comum para a micção e para a  ejaculação, com cerca de 20 cm de comprimento. Inicia-se no óstio interno da uretra, na bexiga, e atravessa sucessivamente a próstata, o assoalho da pelve e o pênis, terminando na extremidade desse órgão pelo óstio externo da uretra. Reconhecem-se três partes na uretra masculina: parte prostática, quando atravessa a próstata; parte membranosa, quando atravessa o assoalho da pelve e parte esponjosa, localizada no corpo esponjoso do pênis.

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A parte prostática apresenta uma pequena saliência – a vesícula seminal, de cada lado do qual desembocam os ductos ejaculatórios. Na parte esponjosa, adjacente ao óstio externo da uretra, há uma porção dilatada conhecida como fossa navicular da uretra


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Uretra Feminina

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A uretra feminina mede aproximadamente uns 4 cm. Ela faz parte exclusivamente do sistema urinário. Seu óstio externo localiza-se anteriormente à vagina e entre os pequenos lábios. O óstio externo da uretra possui, quando não está dilatado, um diâmetro aproximado de 6mm.


Unidade Funcional dos rins
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O néfron é a unidade morfofuncional dos rins. Cada rim possui aproximadamente 1 milhão de néfrons, que em associação formam o rim. Essas estruturas microscópicas são responsáveis por filtrar o sangue e lançar as substâncias filtradas, para os ductos coletores, que conduzem a urina produzida até a papila renal, de onde ela flui sequencialmente aos cálices renais menores, cálices renais maiores e para a pelve renal, seguindo seu percurso até o meio exterior.

Cada néfron tem dois componentes principais: um glomérulo, através do qual grandes quantidades de líquidos são filtradas do sangue, e um longo túbulo, no qual o líquido filtrado, ao longo de seu trajeto em direção à pelve renal é convertido em urina. O glomérulo é composto por uma rede de capilares que se ramificam e se anastomosam; comparados a outros capilares, possuem uma pressão hidrostática alta. 


Glomérulos
Glomérulos (210X). Micrografia eletrônica de varredura mostrando glomérulos e artérias associadas.
Anatomia Humana, Rohen; Yokochi; Lütjen-Drecoll. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional, 4 ed.,1998.
1 Arteríola aferente do glomérulo
2 Glomérulo
3 Glomérulos
4 Arteríola aferente do glomérulo
5 Artéria cortical radiada


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Os capilares glomerulares são cobertos por células epiteliais, e todo o glomérulo está envolvido pela cápsula de Bowman. O líquido filtrado dos capilares glomerulares flui para o interior da cápsula Bowman que posteriormente é encaminhado para o interior do túbulo peoximal, que situa-se na zona cortical renal.

A partir do túbulo proximal o líquido flui para o interior da alça de Henle, é enviado para o interior da medula renal. Cada alça consiste em um ramo descendente e um ascendente. No final do ramo ascendente está um segmento curto, conhecido como mácula densa,que desempenha importante papel no controle da função dos néfrons. Após passar pela mácula densa o líquido é encaminhado para o túbulo distal, através dos ductos coletores e esvaziado na pelve renal pelas extremidades das papilas renais.


Patologias do Sistema Urinário
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Cálculos Uretéricos

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Os ureteres são tubos musculares expansíveis que dilatam, se obstruídos. A obstrução aguda normalmente resulta de um cálculo uretérico ( do latim quer dizer um seixo ou pedrinha). Embora a passagem de pequenos cálculos normalmente cause pouca ou nenhuma dor, caçulos maiores produzem dor intensa. Os sintomas e a gravidade dependem da localização, do tipo e tamanho do cálculo e se é liso ou espinhoso. A dor causada por um cálculo é uma dor cólica (assemelhando-se a dor no colo), que resulta do hiperperitaltismo no ureter, acima do nível da obstrução. Os cálculos uretéricos podem causar obstrução completa ou intermitente do fluxo urinário. A obstrução pode acontecer em qualquer lugar ao longo do ureter, mas ocorre com mais frequência onde os ureteres normalmente são relativamente comprimidos:

·        Na junção dos ureteres e pelves renais
·        Onde eles cruzam a artéria ilíaca externa e a margem pélvica
·        Durante sua passagem através da parede da bexiga urinária.

A presença de cálculos renais pode ser confirmada pelas radiografias abdominais.
Cálculo ureteral esquerdo na altura do cruzamento com os vasos ilíacos.
http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/1433/colica_nefretica.htm
Tratamento


Cálculos uretéricos podem ser removidos de três maneiras: cirurgia aberta, endourologia e litotripsia. A cirurgia aberta não é realizada comumente porque os cálculos normalmente podem ser removidos por endourologia e litotripsia. Na endourologia, um citoscópio é passado através da uretra até a bexiga. O citoscópio  possui uma luz, uma lente de observação e diversos acessórios. Um outro instrumento, um ureteroscópio, pode ser inserido no cistoscópio e passado até o ureter para agarrar o cálculo. Os cálculos também podem ser fragmentados com uma sonda ultra-sônica que é inserida através do uretoscópio. A litotripsia usa ondas de choque para fragmentar um cálculo em pequenos fragmentos, que podem ser passados na urina.



Incontinência Urinária

Incontinência Urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Afeta pessoas de ambos os sexos em diferentes faixas etárias. De forma geral a incontinência urinária ocorre quando, a pressão dentro da bexiga excede aquela que se verifica dentro da uretra, ou seja, há um aumento considerável da pressão para urinar dentro da bexiga. É definida como a perda involuntária de urina, provocando por vezes certo constrangimento à  pessoa.

A incontinência urinária também pode ser definida de Enurese. E ocorre com certa frequência à noite, principalmente entre os idosos.

Os três tipos mais comuns de incontinência urinária são:

·        *Bexiga hiperativa, causada por contrações inadequadas do músculo detrusor ou esfíncter uretral (músculo responsável pela libertação de urina, ao contrair-se a urina é libertada) durante a fase de armazenamento do ciclo miccional (processo pelo qual o organismo efectua a extração da urina);

http://melhorcomsaude.com/exercicios-incontinencia-urinaria-mulher/



·         *Incontinência de esforço, relacionada com a disfunção do esfíncter uretral, ou seja um afrouxamento muscular do esfíncter, ocorre durante algumas atividades, como tossir, espirrar, rir ou realizar exercícios.


http://melhorcomsaude.com/exercicios-incontinencia-urinaria-mulher


·       * Incontinência mista, que resulta da combinação destas duas situações.

Tratamento

Uma boa parte dos indivíduos com incontinência urinária podem ser curados ou melhorar consideravelmente o quadro de incontinência. O primeiro passo é admitir que há um problema e procurar ajuda médica.
A incontinência urinária pode ser tratada através do uso de medicamentos, fisioterapia, cirurgia ou uma combinação entre essas modalidades. O tratamento ideal depende da análise minuciosa do problema de forma individualizada e varia de acordo com a natureza específica do problema.
Se os tratamentos médicos ou cirúrgicos não resolverem completamente, há alternativas para assegurar o bem estar e conforto para o incontinente
Entre essas alternativas estão:
*  Roupas íntimas especiais para Incontinência Urinária;
*  Absorventes e fraldas descartáveis;
*  Inserção de sondas para mecanicamente drenar a urina da bexiga;
*  Uso de equipamentos externos para coletar urina.

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Para finalizar, encontramos um excelente vídeo aula sobre o Sistema Excretor/Urinário - Néfron: A unidade funcional dos Rins ( por Rogério Gozzi ).